sexta-feira, dezembro 03, 2004
Descarada eu?
Nunca.
Mas a coisa foi mais ou menos assim.
Estava sentadinha toda com sono olhando a chuva o movimento (ainda bem) estava fraco.
De repente surge um mocinho que vem para o meu balcão para que eu o atendesse.
Eu estava lá com minha cara de atendente injuriada, mas logo percebi que ele merecia uma cara melhor porque era super simpático.
E papo vem papo vai corrigi todos os documento dele sempre muito simpática, falei o que estava faltando e ele foi-se embora.
Peguei minhas coisas para ir até o banco, de repente alguém me segura e era o dito de novo, mas não me estressei com ele não, nem tive vontade de socá-lo, gentilmente perguntei o que ele queria, respondi a pergunta e continuei meu caminho até o banco.
Voltei para meu lugar e a minha vizinha de balcão queria saber porque eu usava aquelas sandálias plataformas se eu já sou grande.
- Gi, eu nem sou tão grande, você que tem 1.50 mesmo de salto.
- Tira essa sandália ai...deixa eu ver.
Nesse tempo estava eu lá com a sandália na mão, com uma perna mais curta que a outra quando alguém diz:
- Oi voltei!
- Ah!! Oi...Pêra ai deixa eu me calçar. Desculpa!
- Tudo bem, não esquenta. Mas eu voltei porque já trouxe tudo o que você me pediu e já até recebi meu fundo de garantia.
- Mesmo? Quer dividir comigo?
- Posso até dividir, mas o que eu ganho?
Com esse sorriso o que será que ele quer ganhar heim! Melhor não perguntar dona Cilene.
- Melhor não dividir não porque senão eu perco meu emprego.
- Mas se você arrumar um emprego aqui para mim podemos fazer um acordo.
- Um emprego pra você aqui não iria dar certo.
- Por quê?
- Porque você é auxiliar de enfermagem e a mulherada vai ficar doente toda hora só para ir te ver.
Entre papos e risos entreguei-lhe a senha e ele se foi.
Estava eu lá batendo meu papo (já havia até me esquecido do moço) quando surge ele de novo no meu balcão com uma sacola.
- Olha, eu trouxe isso pra você.
Eu quase engasguei.
- Não moço, obrigada. Não posso aceitar.
- Por favor, é coisa simples, mas fui comprar para você. É só um panetone.
- Mas é que.........aiiiiiiiiii Gi pra que me cutucar assim?
- Pega logo esse panetone sua palhaça.
Agarrei o panetone e joguei pra baixo do balcão.
- Desculpe o mau jeito, mas é que não posso receber nada aqui.
Mas eu também queria me jogar pra baixo do balcão junto com o panetone.
- Moço muito obrigada mesmo!
- De nada...Você merece! Tchau!
E assim ele se foi.
E eu fiquei lá com cara de pastel de fim de feira.
Isso para eu botar minha língua dentro da boca e ficar mudinha.
